«As vestes, a febre, o martírio
a história por cima do homem
e o homem por cima do atrito
ver quem atinge
a maioridade primeiro.
E o desejo
se repentinamente se abrisse
à cólera de dizer a vida
que deserda?
Em rigor a morte excede
a inclinação do sentido
devassa a diferença, a imagem
preterida chega e prevalece
no mundo que se perde
na noite a ver relento
simples homilias.
Nada mais há
que apresse
o deslize da presa
para âmbitos mais fixos:
morrer por detrás de um sorriso
é ainda uma faca cravada
na escória do tempo.»
Douda Correria#139
Rapina – André Domingues
(fotografia de capa de António Jorge Silva/ fotografia interior de Jorge Noya Teixeira/ composição por Joana Pires)

Imprensa/ Blogs
Jornal de Letras | por António Carlos Cortez | 06.2021


André Domingues (Porto, 1975)
Licenciado em Ciências da Comunicação e mestre em Literatura e Cultura Comparadas, pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto.
É locutor, tradutor, revisor e copywriter.
Publicou: Dramas de Companhia (Companhia das Ilhas, 2016).
Tempestade das Mãos (Debout Sur l’Oeuf, 2017)

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